Língua de Trapo - Deusdéti

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Língua de Trapo é um grupo musical paulistano, que promove apresentações com conteúdo humorístico. Surgida em 1979, nos estertores da Ditadura Militar, no interior da Faculdade de Comunicação Social Casper Libero, fizeram bastante sucesso, principalmente entre o público jovem e universitário, por seu conteudo de crítica política e social e postura de esquerda festiva.

Sua formação inicial contava com Laert, Guca Domenico e Pituco. E chamavam-se de “Laert e seus Cúmplices”. Logo juntou-se ao trio Carlos Antonio de Melo e Castelo Branco e Lizoel Costa, colegas de faculdade do trio. Em 1980 começava oficialmente o grupo Língua de Trapo, já acrescido dos integrantes Luiz Lucas no contrabaixo, Fernando Marconi na Percussão e João Lucas nos teclados. O Nome foi divulgado juntamente com a primeira fita (K7) do grupo com o título “Sutil como um cassetete” – que era vendida nos corredores da faculdade e em shows.

O Lingua de Trapo foi um dos nomes de destaque do movimento Vanguarda Paulista, que se formou a partir do musicos que se apresentavam no Teatro Lira Paulistana, em Pinheiros, que mesmo nao tendo ligacao especifica um com o outro, todos tinham em comum o fato de serem independentes, donos de seus proprios selos, lancando seus trabalhos sem interferencia dos burocratas das gravadoras. Fez parte do movimento Vanguarda Paulista o nucleo chamado Pracianos, a 'faccao zona norte', com os artistas Dari Luzio, Pedro Lua, Paulo Barroso, Le Dantas & Cordeiro e Carl Guerreiro, este tendo sido vencedor do festival da cancao da Globo em segundo, Ricardo Soares em primeiro.

Em 1985, participou do Festival dos Festivais com a canção Os Metaleiros Também Amam, que chegou até a final da competição. Os Metaleiros Também Amam foi a música mais vaiada pelo público, mas foi também, de longe, a mais engraçada.

Para saber mais: http://blogdolingua.zip.net

Conteúdo YouTube: profantonius

Deusdéti
(Carlos Melo)

(Acho que foi num dia de São João Batista que conheci Deusdéti
Nesse tempo eu já era Marquexista e ela ainda ia em discoteque
Tentei de tudo, até lavagem cerebrár...
Meu saco tá que não guenta
Mas nem o Newton Cruz é tão radicar.
Êta muiézinha lazarenta
Igual Deudéti, juro por Deus, não existe
A marvada só lê Capricho e livro da Agatha Cristie
Além do mais é metida a grã-fina, adora homem com
Fedor de gasolina
Que sina, que sina,
Em veis de ela estudá os pobrema da guerrilha urbana
só quer saber de escuitar música americana estrambólica...
Também, a mãe é da liga das Senhora Católica
E o bode véio do pai é da Opus Dei
Não sei, não sei...
Como é que eu vou sair dessa enrascada?
Só se eu pegar o pai e mãe da danada
e fazer papér de fachistão:
vendar os óios e carcá fogo num paredão.
Só que eu tô ficando cheio de fole,
virando um caboclo de coração mole
No lugar de apoiar a luta armada,
fico fazendo verso pra namorada
Mas pra encurtar o causo,
que nóis aqui temo prauzo prá terminar vamo cantar.)

Se o nosso amor for
logo, logo pras cucuia
A curpa é tua Deudéti
Enquanto eu falo o
tempo todo em Che Guevara
Ocê freqüenta o "Tamatete"

Se o meu partido desconfiar
qu'eu te namoro virge, porca miséria
Vamo passar toda nossa Lua-de-Mel
quebrando gelo na Sibéria

Não pude,
não pude...
Não pude ir jantar com
você no Maquesude

Não pude,
não pude...
Não pude ir jantar com
você no Maquesude

Ocê só pensa em champanhe,
caviar e noutros produtos chiquê
Esquece sempre que o seu
futuro noivo é do Partido Bolchevique

Tem certos dias que me dá
um nó na garganta
Daqueles bem morfético
Porque você rejeita o
materialismo dialético

Não pude,
não pude...
Não pude ir jantar com
você no Maquesude

Não pude,
não pude...
Não pude ir jantar com
você no Maquesude
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